29/07/2021
𝗡𝘂𝗻𝗰𝗮 𝗵𝗼𝘂𝘃𝗲 𝘁𝗮𝗻𝘁𝗮 𝗴𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗮 𝗼𝗯𝘁𝗲𝗿 𝗮 𝗻𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗹𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗽𝗼𝗿𝘁𝘂𝗴𝘂𝗲𝘀𝗮
Mais de 149 mil passaram a ter o cartão de cidadão nacional em 2020 e, nos primeiros meses deste ano, já foram 56 mil. Fruto da intensificação dos fluxos migratórios e das alterações à lei. Em primeiro lugar estão os naturais do Brasil seguidos dos oriundos de Israel.
Um aumento que tem que ver com a alteração da Lei n.º 37/81, que vai na 11.ª versão, nomeadamente o facto de um cidadão estrangeiro poder ter a nacionalidade por naturalização ao fim de cinco anos consecutivos de residência legal em Portugal, regra de 2018.
Desde 2013 esse direito é concedido aos descendentes de judeus sefarditas portugueses, "através da demonstração da tradição de pertença a uma comunidade sefardita de origem portuguesa, com base em requisitos objetivos comprovados de ligação a Portugal, designadamente apelidos, idioma familiar, descendência direta ou colateral".
Tais alterações explicam a razão pela qual os brasileiros estão em maior número nos novos portugueses, são a comunidade maioritária no país, seguindo-se os israelitas. Vêm, depois, os naturais de Cabo Verde, Angola e Guiné-Bissau, nacionais de países de língua portuguesa, alguns deles a viver há mais de uma década no país.
𝗕𝗿𝗮𝘀𝗶𝗹 𝗲 𝗜𝘀𝗿𝗮𝗲𝗹
Em 2020, os brasileiros, com 183 993 residentes, representavam 27,8% do total de estrangeiros no país (662 095), segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Nesse ano, foram emitidos 63 494 pareceres positivos para a aquisição da nacionalidade portuguesa, sendo que mais de metade foram a cidadãos do Brasil (20 847) e de Israel (20 782).
"Em Israel, reúne-se hoje a maior comunidade sefardita do mundo. Os candidatos que se dirigem ao nosso rabinato são basicamente de famílias originárias do antigo Império Otomano e do norte de África", explica a assessoria de imprensa da Comunidade Judaica do Porto, por onde têm passado muitos processos. Acrescenta que os candidatos necessitam de um a dois anos para ter identidade portuguesa e por três motivos principais: "Aquisição de um direito, ajudar a renovar Portugal e promover a vida judaica no país."
Entre 2015 e 2019, os pedidos de certificação de sefardismo ao rabinato do Porto aumentaram 100% de ano para ano, não se registando aumentos no ano passado. "Os últimos meses foram de declínio do número de pedidos, tendência que se espera acentuar-se progressivamente", esclarece a assessoria da comunidade.
Segundo informou recentemente Itay Mor, presidente da Associação Judaica Over the Rainbow Portugal, imigraram mais de 20 mil judeus que contribuíram com milhares de milhões de euros para a economia portuguesa.
Fonte: Diário de Notícias